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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Amigas, melhores, eternas.

Não conseguia prender uma risada enquanto ela falava, os trejeitos chegavam a ser engraçados, de tão pessoais. Essa, definitivamente, era uma das várias coisas que eu amava nela, a diferença, a personalidade marcante. Era fácil conseguir arrastá-la pros lugares, e até mesmo fazer com que ela entendesse seu ponto de vista, mas nada por fraqueza, ela não era fraca, nem chegava perto de ser, de forma alguma, tudo era por que tinha um coração enorme, e fazia de tudo pra que as pessoas que mais amava ficassem tão felizes como ela era, normalmente, sem precisar de motivos pra isso.
Era irônico, de certo modo, vê-la chorando, pedindo por ajuda, e aquilo me martirizava de uma forma que nem eu mesmo sabia como descrever. Saber que tudo tinha começado por um erro meu e inteiramente meu, me magoava, quero dizer, ela sempre mantinha um sorriso firme e doce ao rosto, sempre alegre, vive, e de repente, num mar de nostalgia, uma lágrima estragava tudo, um único erro, um impasse.
Tentei reconfortá-la, tentei dizer algumas palavras pra que ela se sentisse melhor, ou pra que sorrisse novamente. Totalmente inútil. Como é que eu podia proporcionar qualquer paz à outra pessoa, quando dentro de mim, só havia tempestade? Confusão? Quando eu mesma estava em guerra com meu interior?
Suspirei, totalmente decepcionada. Não sabia mais o que fazer ou que meios usar para persuadi-la de que ela não estava sozinha e de que jamais estaria, de que tinha a mim, sempre e pra sempre.
A tarde se esvoaçou, e depois de nos reunirmos com outra de minhas irmãs de alma, consegui arrancar alguns sorriros de seus lábios trincados, nada que aliviasse a tensão dentro de mim, mas de certa forma, me ajudava a retomar minha postura interios, a conseguir manter as aparências. Eu precisava chorar, queria começar a chorar como uma criança, mas não podia fazer isso, por ela, tinha que estar firme.
O tempo cada vez a fazia mais feliz, ou pelo menos, ajudava-a a se mostrar dessa forma.
Algumas risadas e sorrisos laterais e eu já podia sentir meu corpo começar a relaxar, era estranho sentir isso por alguém? Era, mas desde que esse alguém fosse qualquer pessoa.
Não era.
Era ela.
Uma das minhas melhor, e provavelmente mais importantes das amigas que eu tinha. Certo cansaço me sobrecarregou, comecei a pensar em todas as coisas que ela já havia feito por mim, e de alguma maneira, começava a me sentir culpada por tê-la magoado, mesmo que raríssimas vezes, começava a sentir que tudo o que eu havia feito por ele, tinha causado dor nela.
Mesmo depois que ele e toda a minha felicidade momentânea sumiram, ela esteve ali, forte, por mim.
Tê-la por perto me fazia bem, e eu sabia que éramos mais do que amigas, éramos irmãs, e mesmo que pra minha infelicidade não tivessemos nascido com o mesmo sangue correndo nas veias, pra minha total satisfação, compartilhávamos da mesma essência, do mesmo amor.
Irmãs de alma e coração.

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