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domingo, 4 de julho de 2010

Eram doces, seguros. Seus lábios quentes encobriam a dor que me assolava, suas mãos desconcertadas e ao mesmo tempo exatas pousadas sobre minha cintura, o doce martelar de nossos corações juntos, uma sinfonia que passava de um pro outro, uma corrente tão forte que fazia com que até mesmo a lua em toda sua imponência e majestade brilhasse mais forte. Seus olhos permaneciam fechados, mas eu podia ver através de sua expressão, a dor, a angustia, eu o estava perdendo, e aquele era o último, o último toque, o último beijo, não que fosse uma coisa ruim, estaríamos conectados por algo mais forte que nós mesmos até o fim de nossos dias. Era como um elo, uma corrente que nos fixava, que nos unia e que me permitia vê-lo pelo que ele era, ver através de seus olhos verdes, encontrar com sua aura, tocar no lugar mais profundo e vasto de sua alma. O arder de seus toques me desnorteava, era como se eu estivesse sentindo o pior de mim subindo quente por meu corpo e o melhor o empurrando de volta para baixo, não havia melhor sensação e pior ao mesmo tempo. Meu cérebro estava me enlouquecendo com suas artimanhas, me embriagando com seus sentimentos, me iludindo com as falsas sensações do amor, talvez até me isolando do eu ainda chamava de coração.

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