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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Eu sou a luz

Talvez eu goste disso
Dessa luxúria incançável
Da sua voz rouca gritando pelo meu nome
Dessa excitação sem fim
Não precisa me dizer que isso tudo é platônico
Eu sei perfeitamente bem
Mas talvez eu não me importe
Sou uma mulher da noite
De muitos
Cada um tem alguma coisa
Que me toca
Que me acorda
Que me seduz
De um inverno à outro
Eles vêm e vão
Somem como fantasmas
E às vezes voltam como cães
Com os rabos entre as pernas
Às vezes não
Mas tudo é teoria
Esse amor insano
Que Shakespeare
Emily Bront
E outros avoados, escrevem
Não passa de uma mentira
São histórias fictícias
Escritas por pessoas apaixonadas
Ou simplesmente iludidas na paixão
A ilusão é doce
E quando é aceita
Toma conta de cada parte do seu corpo
Até o veneno atingir seu coração
Como num tabuleiro
Onde a rainha devora o rei sem ao menos pensar duas vezes
É isso que é o amor
ILUSÃO
Física, corporal, afetiva
Se iludir é um mantra
Um mantra destinado àqueles com os olhos fadados a escuridão
Eu quero luz
Eu sou luz
Não sou cega
Ou ilusória
É por isso, que eles vêm e vão
De um inverno à outro
São como chuvas no verão
Raramente acontecem mais de uma vez.

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